Economia & Energia
No 41: Novembro-Dezembro 2003  
ISSN 1518-2932

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e&e No 41

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Inflação

O que afeta as Exportações Brasileiras?

Emissões Energéticas – Brasil 1973 / 2003

Alguns Índices de Inflação Brasileiros

Índices de Inflação Americana

 

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Alguns Índices da Inflação Brasileira

Responsáveis:           

Marcos Souza
masouza@ecen.com

Frida Eidelman
frida@ecen.com

 

 

1. INTRODUÇÃO

2. ÍNDICES DE PREÇOS DA FGV

2.1 Índice Geral de Preços – IGP

2.2 Índice de Preço por Atacado - IPA

2.3 Índices de Custos da Construção

2.4 Índices de Preços do Consumidor

2.5 Índices de Taxas de Câmbio Efetivas

3. ÍNDICES DE PREÇO DO IBGE

3.1 Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA

3.2 Deflator Implícito do PIB

4. ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR DA FIPE

5. ÍNDICE DE PREÇOS DO DIEESE

6. PIB NOMINAL VERSUS PIB REAL

7. VALORES DE ALGUNS ÍNDICES 1

REFERÊNCIAS

1. Introdução

O objetivo desta nota é apresentar os principais índices de preços do país, descrevendo suas principais características como, por exemplo, metodologia, cálculo, abrangência geográfica e valores. No Brasil, historicamente, as principais instituições que calculam índices de preços para economia brasileira são Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE), respectivamente. Sendo assim, a organização desta nota será baseada nos índices de preços dessas quatro instituições.

2. Índices de Preços da FGV

2.1 Índice Geral de Preços – IGP

A FGV iniciou o cálculo de índices de preços em 1947, com a criação da metodologia do Índice Geral de Preços (IGP) que, salvo pequenas correções e atualizações, permanece inalterada. Inicialmente, as estimativas referiam-se a índices de preços de títulos públicos e ações, preços no atacado, preços de gêneros alimentícios e custo de vida. Estas séries foram calculadas retroativamente até 1944, ano de criação da FGV, e tinham a finalidade de deflacionar o índice mensal da evolução dos negócios. Com a introdução da correção monetária no país, em 1964, este índice passou a ser bastante usado na correção de contratos, especialmente obras públicas.

Para chegar-se ao IGP ponderam-se as parcelas Índice de Preços por Atacado (IPA); Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com pesos iguais a 6,3 e 1 respectivamente.

Três derivações do IGP aconteceram ao longo da história. A primeira, em 1969, foi a separação do IGP em duas versões: Disponibilidade Interna (DI) e Oferta Global (OG). O principal objetivo era isolar os efeitos das oscilações dos preços do café. A versão DI se encarregava disto atribuindo um peso menor aos produtos de exportação. Hoje, com a diversificação das exportações, a dispersão entre as duas versões é irrelevante.

A segunda modificação foi a introdução, em 1989, do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), uma versão do IGP para o mercado financeiro. A diferença entre os índices é apenas o período de coleta. Enquanto o IGP-DI coleta os preços entre 1 e 30 do mês referência, no IGP-M a coleta é entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Desta forma, o IGP-M pode ser divulgado antes do final do mês calendário, o que é essencial para sua utilização como referência financeira. Antes do resultado final, duas prévias são divulgadas: o primeiro e o segundo decêndios.

Em 1993, começou a ser divulgado o IGP-10, versão do IGP cuja coleta é realizada entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

2.2 Índice de Preço por Atacado - IPA

O Índice de Preço por Atacado (IPA) é calculado, pela FGV, desde 1944. Mede a evolução dos preços nas transações interempresariais e abrange várias etapas do processo produtivo, anteriores às vendas no varejo.

São pesquisados preços de matérias-primas agrícolas e industriais, produtos intermediários e de uso final. No cálculo do Índice Geral de Preços (IGP-DI), o IPA representa a maior parcela, com peso de 60%.

As séries mais longas do IPA são apresentadas em duas versões: Disponibilidade Interna (IPA-DI) e Oferta Global (IPA-OG). As séries que compõem o IPA-DI são as categorias de uso, tais como bens de consumo ou bens de produção. No IPA-OG, as séries são os setores produtivos.

Além disso, a FGV também calcula o IPA-Mercado (IPA-M) que entra na composição do Índice Geral de Preços para o Mercado (IGP-M).

2.3 Índices de Custos da Construção

Os índices de custos da construção estão subdivididos em residenciais e obras públicas de engenharia civil ou infra-estrutura. Os principais índices, específicos para construções residenciais, são: Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), Índice de Custo da Construção do Rio de Janeiro (ICC-RJ) e Índice de Edificações.

• Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

É um dos três itens que compõem o Índice Geral de Preços (IGP), representando 10% do índice. Sua divulgação teve início em fevereiro de 1985, como resultado do encadeamento da série do Índice de Custo da Construção - Rio de Janeiro (ICC-RJ), mais antiga, com a série do Índice de Edificações, mais abrangente geograficamente. Como nos demais componentes do IGP, também é apresentada a versão do INCC para o mercado (INCC-M).

• Índice de Custo da Construção - Rio de Janeiro (ICC-RJ)

É o mais antigo índice, referente à construção residencial, calculado pela FGV. Divulgado desde 1950, com estimativas retroativas a 1944, foi uma das três parcelas do IGP até janeiro de 1985. Continua a ser divulgado separadamente, mas é também uma das parcelas do INCC.

• Índice de Edificações

Teve início em 1974, com 8 capitais, dando maior abrangência territorial à evolução dos custos da construção. O Índice de Edificações, embora coincida com o INCC, continua a ser divulgado para atender aos usuários que, por razões contratuais, utilizam este índice. Também é conhecido como índice da coluna 35 da Revista Conjuntura Econômica.

Os custos da construção abrangem também as obras públicas de engenharia ou infra-estrutura. Os principais índices, calculados pela FGV, são: Obras Rodoviárias e Obras Hidrelétricas. Estes índices, são calculados pela FGV mediante convênios com órgãos públicos.

2.4 Índices de Preços do Consumidor

Os Índices de Preços ao Consumidor, calculados pela FGV, detectam a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias com renda mensal até 33 salários mínimos.

Esses itens são classificados em grupos: Alimentação, Habitação, Vestuário, Transportes, Saúde, Educação e Despesas Diversas. Cada grupo admite subdivisões, até se chegar ao nível do item individual. O peso atribuído a cada grupo ou subdivisão depende do gasto dessas famílias com cada bem ou serviço. Estas informações são obtidas através de Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF), elaboradas periodicamente pela FGV.

O Índice de Preços ao Consumidor do Rio de Janeiro (IPC-RJ) é o mais antigo índice de preços ao consumidor calculado pela FGV, com estimativas a partir de 1944. Até 1990, era um dos componentes do Índice Geral de Preços (IGP-DI), quando foi substituído pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR).

O Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR ) foi criado em 1990, com a extensão para a cidade de São Paulo da coleta de preços, até então restrita ao Rio de Janeiro. Atualmente este índice é denominado Índice de Preços ao Consumidor - Brasil, Disponibilidade Interna (IPC-BR-DI).

São divulgados também, separadamente, o Índice de Preços ao Consumidor - Rio de Janeiro, Disponibilidade Interna (IPC-RJ-DI) e o Índice de Preços ao Consumidor - São Paulo, Disponibilidade Interna (IPC-SP-DI), componentes do IPC-BR-DI. Conforme descrito na seção do catálogo referente ao IGP, a FGV também calcula uma versão dos IPCs para o mercado financeiro (IPC-M).

A partir dos itens coletados para o IPC-BR, são elaborados outros índices, utilizando novas agregações. O índice de bens comercializáveis e não-comercializáveis agrupa os itens coletados pelo IPC-BR transacionados com o exterior e os transacionados exclusivamente no mercado interno, basicamente serviços.

O núcleo da inflação ou "core inflation" é outra maneira de agregar os itens do IPC-BR, procurando neutralizar, através de métodos estatísticos, fatores transitórios que levaram a altas expressivas ou quedas exageradas de determinados produtos ou serviços.

2.5 Índices de Taxas de Câmbio Efetivas

A FGV calcula índices de taxas de câmbio efetivas, que refletem o poder de compra da moeda nacional em relação a diferentes cestas de moedas estrangeiras.

No cálculo da taxa efetiva real é utilizada a metodologia de agregação pela média geométrica das taxas de câmbio bilaterais do país e seus principais parceiros comerciais, corrigidas pelo diferencial entre a inflação interna e externa.

Para o Brasil é utilizado como deflator o Índice de Preços por Atacado - Produtos Industriais (IPA-PI), calculado pela FGV. Para os demais países, são usados os índices de preços ao produtor, por atacado ou o que melhor se aproxime de um índice de preços de produtos transacionados com o exterior.

O peso atribuído a cada país depende da sua corrente de comércio com o Brasil. Este peso é revisto periodicamente. A FGV considera, neste cálculo, 16 taxas bilaterais de câmbio, entre o Brasil e os seguintes países: Alemanha, Argentina, Bélgica, Coréia do Sul, EUA, França, Filipinas, Holanda, Indonésia, Inglaterra, Itália, Japão, Malásia, Paraguai, Tailândia, Uruguai.

3. Índices de Preço do IBGE

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC, consiste em uma combinação de processos destinados a produzir índices de preços ao consumidor. O objetivo é acompanhar a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias.

O sistema abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. É a partir da agregação dos índices regionais referentes a uma mesma faixa de renda que se obtém o índice nacional.

Os índices mensais resultam, regra geral, da comparação dos preços vigentes nos 30 (trinta) dias do período de referência com os 30 (trinta) do período base. A coleta integral de preços se dá a cada período de 30 (trinta) dias que é segmentado, sem interrupção, em 4 (quatro) subperíodos. Cada um deles contém cerca de 7 (sete) dias com datas definidas através do Calendário Anual de Coleta do SNIPC.

Em um subperíodo efetua-se a coleta de uma quarta parte fixa de estabelecimentos. Desta forma, é possível extrair do sistema índices com períodos base e de referência de 30 (trinta) dias ao final de cada conjunto de quatro sub-períodos.

Os índices podem ser obtidos para diversas populações-objetivo desde que estejam disponíveis as respectivas estruturas de ponderações correspondentes a famílias de diferentes faixas de rendimento mensal.

Do ponto de vista temporal, além dos índices mensais, podem ser calculadas as variações de preços ocorridas em 2 (dois) meses ou mais, a partir das séries históricas produzidas.

Ressaltando que o sistema, na forma como é montado, possibilita várias alternativas de cálculo de índices, passamos a descrever, abaixo, os Índices Nacionais de Preços ao Consumidor.

3.1 Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA

O INPC e o IPCA são calculados de forma contínua e sistemática para as áreas abrangidas pelo sistema. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA é utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, adotado a partir de julho de 1999, para o balizamento da política monetária.

A população-objetivo do INPC se referente as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 8 (oito) salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões; e a do IPCA é referente a famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões.

Para cada região são utilizadas as informações das seguintes pesquisas básicas:

a). Pesquisas Básicas

Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF

Realizada no período compreendido entre 01 de outubro de 1995 a 30 de setembro de 1996. Forneceu as estruturas de ponderação das populações-objetivo.

Pesquisa de Locais de Compra - PLC

Realizada no período de maio a junho de 1988. Forneceu o cadastro de informantes da pesquisa, cuja manutenção é contínua.

Pesquisa de Especificação de Produtos e Serviços - PEPS

Realizada na época de implantação de cada uma das regiões para todos os produtos e serviços constantes da estrutura de ponderações. Forneceu o cadastro de produtos e serviços pesquisado, que é permanentemente atualizado com o objetivo de acompanhar a dinâmica de mercado.

b) Principais Variáveis Investigadas e Unidades de Investigação

Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista.

A Pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos.

c) Abrangência Geográfica

Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

d) Periodicidade

Mensal.

e) Metodologia

Os índices são calculados para cada região. A partir dos preços coletados mensalmente, obtém-se, na primeira etapa de síntese, as estimativas dos movimentos de preços referentes a cada produto pesquisado.

Tais estimativas são obtidas através do cálculo da média aritmética simples de preços dos locais da amostra do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias.

Agregando-se os relativos dos produtos através da média geométrica é calculada a variação de preços de cada subitem, que se constitui na menor agregação do índice que possui ponderação explícita.

A partir daí é aplicada a fórmula Laspeyres, obtendo-se todos os demais níveis de agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região.

Os índices nacionais - INPC e IPCA são calculados a partir dos resultados dos índices regionais, utilizando-se a média aritmética ponderada.

A variável de ponderação do INPC é a "população residente urbana" (Contagem Populacional 1996) e a do IPCA "rendimento total urbano" (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/96).

f) Época de Coleta

O período de coleta do INPC e do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

g) Tempo Previsto entre Coleta e Divulgação

Aproximadamente 8 (oito) dias Úteis.

h) Início da Pesquisa

Janeiro/1979 - Rio de Janeiro;

Junho/1979 - Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife;

Janeiro/1980 - São Paulo, Brasília e Belém;

Outubro/1980 - Fortaleza, Salvador e Curitiba;

Janeiro/1991 - Goiânia;

A série Brasil encontra-se disponível a partir de setembro de 1981.

3.2 Deflator Implícito do PIB

Um índice de preços, calculado a partir de dados da Renda Nacional e do Produto Nacional, é comumente denominado Deflator Implícito de Preços. Especificamente, o Deflator Implícito do PIB é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real, ou seja, é o preço de uma unidade do produto brasileiro em um determinado ano relativamente ao preço desta no ano-base.

4. Índice de Preços ao Consumidor da FIPE

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) - uma instituição de pesquisa ligada à Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) - e foi criado pela Prefeitura do Município de São Paulo com o objetivo de reajustar os salários dos servidores municipais. Esse índice indica a evolução do custo de vida das famílias paulistanas desde 1939. Mas, somente, a partir de 1973, passou a ser elaborado pela FIPE.

O período de coleta vai desde o primeiro dia de cada mês até o último dia do mesmo e a divulgação ocorre próximo ao dia 10 do mês subseqüente ao da coleta. Semanalmente ocorrem divulgações prévias, chamadas "quadrissemanais" que simplesmente comparam os preços das últimas quatro semanas apuradas, em relação às quatro semanas imediatamente anteriores.

O sistema de cálculo da variação quadrissemanal do IPC-FIPE abrange um período de 08 semanas de coleta. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas com os das quatro primeiras. A FIPE calcula a cada semana as variações quadrissemanais do IPC para a faixa de renda familiar entre 1 e 20 salários mínimos.

Com o universo de pessoas que ganham de 2 a 6 salários mínimos, a composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice é o seguinte: Alimentação (30,81%), Despesas Pessoais (12,52%), Habitação (26,52%), Transportes (12,97%), Vestuário (8,65%), Saúde e Cuidados Pessoais (4,58%) e Educação (3,95%).

5. Índice de Preços do DIEESE

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) calcula alguns dos principais indicadores conjunturais da economia do estado de São Paulo. Dentre esses indicadores podemos citar a Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada em conjunto com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e o Índice de Custo de Vida (ICV), que é apurado pelo DIEESE desde 1959.

O ICV é calculado com o objetivo de atender à necessidade de diversos sindicatos de auferir o custo de vida no município de São Paulo. O período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês civil e a divulgação ocorre próximo ao dia 10 do mês posterior.

Com o universo de pessoas que ganham de 1 a 30 salários mínimos, a composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice é a seguinte segundo a POF de 1994/95: 1.Alimentação (27,44%), 2.Habitação (23,52%), 3.Equipamentos Domésticos (6,13%),4.Transportes (13,62%), 5. Vestuário (7,87%), 6. Educação e Leitura (6,91%), 7.Saúde (8,18%), 8.Recreação (2,08%), 9.Despesas Pessoais (3,96%) e 10.Despesas Diversas (0,29%). O período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês civil e a divulgação ocorre próximo ao dia 10 do mês posterior.

6. PIB Nominal versus PIB Real

PIB Nominal é o valor dos bens e serviços medidos a preços correntes. Seu valor é apurado a partir da variação da produção real de setores multiplicados pelo índice de preços apurados para esse setor. PIB Real é o valor dos bens e serviços medidos a preços constantes. É uma medida mais perfeita do bem-estar econômico, pois leva em conta a produção total de bens e serviços sem a influência da variação nos preços.

7. Valores de Alguns Índices

Para representar uma gama de variação que atinge a 15 ordens de grandeza é necessário recorrer a uma escala logarítimica como a mostrada na Figura 1. A concordância, principalmente entre os dois índices mais longos, o deflator implícito do PIB e o índice Geral de Preços, parece bastante boa para uma apuração, considerando ainda, que as instituições responsáveis por esses índices são independentes aplicam diferentes metodologias.

Figura 1: Índices de Preços no Brasil em escala logarítimica

Na Figura 1 a inclinação da curva indica a taxa de inflação no período. Dede 1947 não houve nenhum período de duração significiativa com tão baixa inflação. 

Figura 2: Índices de Inflação entre 1990 e 2003 em escala linear

Em uma escala linear, as diferenças começam a ficar mais visíveis, mas é impossível representar todo o período na mesma escala sem que os primeiros anos apareçam com valor zero. Mas a partir de 1994, isso é factível para um número maior de anos, tendo em vista a inflação relativamente baixa observada (Figura 2).

Tabela 1:Valores Anuais de Índices de Preço Relativos a 1995 (em Real )           

 

Deflator do PIB

 IGP-DI

 IGP-M

 INPC – geral -

 

Anual

Média Anual

Média Anual

Média Anual

1947

 

1,16E-13

 

 

1948

1,57E-13

1,24E-13

 

 

1949

1,7E-13

1,32E-13

 

 

1950

1,86E-13

1,47E-13

 

 

1951

2,19E-13

1,72E-13

 

 

1952

2,4E-13

1,92E-13

 

 

1953

2,73E-13

2,2E-13

 

 

1954

3,47E-13

2,8E-13

 

 

1955

3,87E-13

3,25E-13

 

 

1956

4,75E-13

3,9E-13

 

 

1957

5,35E-13

4,45E-13

 

 

1958

6,02E-13

5,03E-13

 

 

1959

8,17E-13

6,94E-13

 

 

1960

1,03E-12

8,96E-13

 

 

1961

1,38E-12

1,23E-12

 

 

1962

2,07E-12

1,87E-12

 

 

1963

3,7E-12

3,25E-12

 

 

1964

7,02E-12

6,19E-12

 

 

1965

1,11E-11

9,72E-12

 

 

1966

1,53E-11

1,35E-11

 

 

1967

1,94E-11

1,73E-11

 

 

1968

2,45E-11

2,15E-11

 

 

1969

2,95E-11

2,58E-11

 

 

1970

3,43E-11

3,08E-11

 

 

1971

4,1E-11

3,71E-11

 

 

1972

4,91E-11

4,35E-11

 

 

1973

6,36E-11

5E-11

 

 

1974

8,57E-11

6,44E-11

 

 

1975

1,15E-10

8,23E-11

 

 

1976

1,62E-10

1,16E-10

 

 

1977

2,36E-10

1,66E-10

 

 

1978

3,26E-10

2,3E-10

 

 

1979

5,03E-10

3,54E-10

 

5,87E-10

1980

9,57E-10

7,09E-10

 

1,05E-09

1981

1,92E-09

1,49E-09

 

2,13E-09

1982

3,86E-09

2,91E-09

 

4,2E-09

1983

8,93E-09

7,4E-09

 

1,01E-08

1984

2,7E-08

2,37E-08

 

2,99E-08

1985

9,39E-08

7,73E-08

 

9,57E-08

1986

2,34E-07

1,87E-07

 

2,26E-07

1987

7,17E-07

6,08E-07

 

7,3E-07

1988

5,22E-06

4,77E-06

 

5,39E-06

1989

7,33E-05

6,78E-05

8,74E-05

7,88E-05

1990

0,002079

0,001924

0,001818

0,002336

1991

0,010741

0,009906

0,009276

0,01238

1992

0,114818

0,108105

0,100802

0,133795

1993

2,406755

2,382125

2,12341

2,72449

1994

56,32216

59,71663

57,39902

60,25522

1995

100

100

100

100

1996

117,41

111,095

112,1287

115,5173

1997

127,0963

119,8849

121,1219

122,4388

1998

133,2605

124,5451

126,4002

127,0724

1999

140,8563

138,6427

139,9602

133,2321

2000

152,6319

157,7363

159,9087

141,5201

2001

164,003

174,0794

176,1777

152,1203

2002

177,8941

197,5878

198,9867

167,6369

2003(*)

 

240,4452

243,3441

192,2468

            (*) Para 2003 média Junho e Julho

Figura 3: Valores relativos dos índices de Inflação

Tabela 2: Índices de Inflação / deflator do PIB

 

GP-DI  

 IGP-M 

INPC - geral - 

 

 Anual

 Média Anual

 Média Anual

1947

 

 

 

1948

0,788

 

 

1949

0,777

 

 

1950

0,794

 

 

1951

0,783

 

 

1952

0,801

 

 

1953

0,806

 

 

1954

0,807

 

 

1955

0,839

 

 

1956

0,821

 

 

1957

0,832

 

 

1958

0,836

 

 

1959

0,849

 

 

1960

0,874

 

 

1961

0,890

 

 

1962

0,901

 

 

1963

0,878

 

 

1964

0,881

 

 

1965

0,875

 

 

1966

0,878

 

 

1967

0,893

 

 

1968

0,876

 

 

1969

0,876

 

 

1970

0,899

 

 

1971

0,906

 

 

1972

0,887

 

 

1973

0,786

 

 

1974

0,752

 

 

1975

0,718

 

 

1976

0,718

 

 

1977

0,704

 

 

1978

0,707

 

 

1979

0,705

 

1,167

1980

0,741

 

1,099

1981

0,776

 

1,111

1982

0,754

 

1,089

1983

0,829

 

1,132

1984

0,881

 

1,110

1985

0,823

 

1,019

1986

0,800

 

0,967

1987

0,849

 

1,019

1988

0,915

 

1,033

1989

0,925

 

1,076

1990

0,926

0,875

1,124

1991

0,922

0,864

1,153

1992

0,942

0,878

1,165

1993

0,990

0,882

1,132

1994

1,060

1,019

1,070

1995

1,000

1,000

1,000

1996

0,946

0,955

0,984

1997

0,943

0,953

0,963

1998

0,935

0,949

0,954

1999

0,984

0,994

0,946

2000

1,033

1,048

0,927

2001

1,061

1,074

0,928

2002

1,111

1,119

0,942

Referências

Fundação Getulio Vargas - FGV, 2003.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2003.

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas –FIPE, 2003.

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE), 2003.

IPEADATA - do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada

 

Graphic Edition/Edição Gráfica:
MAK
Editoração Eletrônic
a

Revised/Revisado:
Friday, 27 February 2004
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